sábado, 9 de outubro de 2010

Funiquito

Tô sentindo um funiquito estranho. Não é de empolgação, não é de afobação, não é de ter feito alguma coisa realmente importante e bela. É um funiquito que me aperta o peito, palpita meu coração e que sussurra fraco a cada batimento: Isso não vai dar certo. Isso não é pra dar certo. Isso NUNCA dará certo. E então suspiro forte tentando expulsar essas palavras de mim enquanto olho para o nada.
Não consigo achar algo para fazer que prenda minha atenção. Na verdade tenho vontade apenas de ficar no computador, esperando que ele apareça, esperando que fale o “Oi” monossilábico de sempre. E entendendo mais uma vez que nunca daria certo.
Até mesmo tentei sair com as amigas para desprender a mente disso tudo, uma noite só das meninas. Tudo para aquietar meu funiquito.
Que inferno, no meio das meninas lá estava ele dizendo em tom grave: eu vou! E não era uma alucinação minha. Eu ainda não estava tão louca assim. Ele estava lá de verdade. E eu poderia muito bem ter ido embora para casa, mas que culpa eu tenho se estava com fome? Que culpa tenho eu se o desejo que me tomou de estar perto foi mais forte? E lá fomos nós todos juntos, e eu tentando fingir por meio de piadas e graças que tudo estava bem. Não, eu tenho que assumir pelo menos uma vez, não estava tudo bem. “ Você tá triste!” Um outro amigo que acabou por ir também me falou. Poxa, será que não consigo esconder mais nada? “ Não, não estou triste! Estou encucada.” A noite vai passando devagar e eu já não consigo discernir se quero ficar ou se quero ir embora. Então ele me encara na fração de segundo em que eu também o encaro. E desvia o olhar com a feição de como se eu tivesse fazendo alguma coisa muita errada. “O que foi? Eu não estou fazendo nada!”, gostaria de ter dito. Espera aí, sou eu que não estou fazendo nada ou é você quem nem está tentando levar esse romance ruim para frente? Escuta aqui , por que é que você faz tanta questão de levar isso pra frente? Tá ficando boba? Cai fora dessa, pô! Se fosse tão simples assim eu já tinha caído fora.
Vontade de sair correndo e correr e correr e correr e correr e correr... até que um romance cheio de adrenalina e gargalhadas insanas felizes me pegasse de repente. Daqueles romances cheios de surpresa, de muita vontade de ficar sempre por perto e pouca vontade de contar mentiras impressionistas. Um amor como o de Amelie Poulain e Nino Quincampoix, tão surpreendente e tão puro e inocente capaz de deixar qualquer um com taquicardia.
Meu funiquito ficou pior quando já voltava pra casa, agora já não conseguia mais respirar sem a incessante voz me dizendo “Isso não vai dar certo”, até que meu celular vibrou no fundo do bolso da minha calça. Era uma mensagem de um número grande e desconhecido: “Promoção celular de dois chips de 199 por 109...” Ah, vai à merda. Fui dormir.

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