segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ponha um basta!

E lá estava ela. E ele. Estava tudo artificialmente bem afinal, talvez possam ser amigos. Deixem a pensar que o fim pode ser tão perfeito como o começo, só assim isso não sooaria tão cínico e desgastante como todas as outras vezes. "Espero que seja feliz". "Espero que encontre alguém especial como você." Especial como você? Então por que não estavam juntos? Ah, claro... Isso agora não fazia nenhum sentido. Eram amigos. "Como ela está? Ela é uma fofa!" Por questões de orgulho próprio ela preferia fingir que para ela pouco importava se o seu ex cara perfeito já havia encontrado alguém. O sorriso que ele não se preocupava em mostrar era explícito demais para que ela continuasse a olhar. Então ela sorria ainda mais explicitamente para mostrar que não estava se incomodando. Ele era um completo idiota, mas mesmo assim não deixou de perguntar se estava tudo bem por várias vezes. Talvez só quisesse provar mais uma vez que era um completo idiota.
" Para de fingir que se importa e não me pergunte mais essa merda. Não está nada bem, mas isso passa." Ela disse num simples e mentiroso sim. Aquilo não era novela mexicana para ela ficar sofrendo toda vida. "Você não vai sentir minha falta?" Filho da... mãe! Como ainda faz uma pergunta cretina dessa? " Não" dessa vez foi com muita sinceridade que ela o respondeu, olhando o naqueles olhos verdes que um dia ela tanto idolatrara, com o sorriso mais cínico do que ele podia ser. Vamos parar com essa merda de drama que isso é mais chato que ler livro de auto ajuda. " E a propósito, some logo da minha frente que você já tá me irritando" Ela sempre gostou de praticidade.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Feliz? Ah sei lá... acho que sim!

Aí lá vem você, olhando pra mim com aquele sorriso de quem vai fazer alguma coisa errada, passando giz na minha bochecha ou quando sua coordenação motora não condiz com sua necessidade de sair correndo, na minha testa. Pra você pode não significar nada, mas pra mim, uau! Lá vou eu rindo igual boba e prometendo te dar o troco. Pretexto. Pretexto. Só pra compartilhar contigo mais alguns momentos de risadas e batimentos cardíacos acelerados. Bem... essa parte talvez seja só eu mesmo. Vai saber se você tem algum problema cardíaco ou ele está batendo mesmo fora do normal.
Pra quê comer chocolate pra ficar feliz? Quando você está do meu lado, tacando bolinha de papel, passando giz no meu rosto, me riscando com a caneta da farmácia, bagunçando a agenda do meu celular, ou sei lá, fazendo qualquer uma dessas suas gracinhas, não dá pra esconder minha felicidade, mesmo que eu dê uma de durona e tente brigar com você ou te xingar... Não dá mesmo pra mentir pra mim mesma. Mesmo que pra você meu filho, não tenha a mínima importância, mas esses seus acessos que me confirmam que eu não estou invisível aos seus olhos, me deixam num estado tão anormal de bobisse. E basta uma troca de olhar nossa e eu já estou ali toda sem graça... " Quê que foi?", você pergunta com toda sua lerdeza. (Aliás, essa sua lerdeza sutil um dia ainda me mata!) " Quê que foi que cê tá rindo? " você pergunta outra vez, agora rindo, é esperto, sabe o que é.
Sufocada a cada minuto com a sua presença, agora não sei o que dizer, não sei mais como agir. Capaz que se eu realizar algum movimento, vai ser pra te abraçar e impedir que você fuja de mim enquanto te beijo. Se eu tentar dizer alguma coisa, só conseguirei dizer “Gosto demais de você, seu trouxa!" E cá entre nós, você me acharia ainda mais louca se eu fizesse isso, não? E eu ainda guardo pelo menos um pouco da moralidade que me resta. Preferível então eu continuar a te olhar com esses meus olhos de devoção, rindo maravilhada com suas piadas sem graças. (Você devia me agradecer por isso.) Por que você não tem muita noção disso, mas caramba, o que está acontecendo comigo? Eu estou completamente apaixonada por você. E agora, e agora? Não achei que ficaria tão sério assim. Nunca achei que eu chegaria a tal ponto.
Não queria ter que admitir assim tão cedo, mas tenho que dizer, você está me fazendo tão bem, chega a dar medo de até quando isso vai durar! E eu espero que muito tempo, porra!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Paguei língua

Tá. Paguei a língua. Confiei todas as minhas fichas e minha experiência em meninos idiotas e disse com toda a certeza que você não iria me dar um pingo de atenção, mas porque raios você tinha que me dar moral? Porque raios você tinha que ficar me encarando com olhos de devoção? Porque raios você tinha que vir como quem não quer nada, e chamar pelo meu nome em tão alto e bom som para que eu ouvisse enquanto sua voz dissipava-se pelas rochas, árvores e todo aquele oceano de árvores no qual eu observava? Não é para você me dar moral, caramba! Você é idiota, esqueceu? Meninos como você não dá bola para aquelas que os gostam. Meninos como você mentem, inventam histórias, ignoram, machucam, fazem meninas bobas criarem blogs.

Só queria que me explicasse pelo amor de Deus, porque é que tinha que segurar minha mão numa sutileza cautelosa e fazer com que meu coração fosse as alturas e todo meu corpo entrasse em um rebuliço de emoções? Porque é que tinha que me causar taquicardia enquanto me acariciava como se eu tivesse sofrido amnésia e tudo que aconteceu tivesse sido esquecido? Olha a situação em que eu me encontro agora, ouvindo músicas românticas e vendo todas as coisas por um lado bonito, um lado que só poemas líricos conseguem descrever. Hoje até a batida em 500 a 1000 vezes por segundo das asas de uma mosca se torna liricamente belo. Hoje um sorvete de morango tem o gosto mágico lírico de morango, e o mundo inteiro está em sua versão lírica.

Você não é normal. As coisas não devem ser assim. Não é pra você agir assim. Quem é que vai fazer eu xingar nomes absurdos? Quem é que vai me fazer ficar encabulada e passar horas escrevendo num blog? Como é que vou atualizar o blog sem nenhuma idiotisse sua pra escrever? Tô pagando língua. E agora me encontro numa situação crítica. Mas olha, isso ainda não acabou. Eu tô de olho em você, mané! Agora me dá licença que eu vou ali, tomar um sorvete de morango e observar as moscas voarem sem motivo algum.

sábado, 9 de outubro de 2010

Funiquito

Tô sentindo um funiquito estranho. Não é de empolgação, não é de afobação, não é de ter feito alguma coisa realmente importante e bela. É um funiquito que me aperta o peito, palpita meu coração e que sussurra fraco a cada batimento: Isso não vai dar certo. Isso não é pra dar certo. Isso NUNCA dará certo. E então suspiro forte tentando expulsar essas palavras de mim enquanto olho para o nada.
Não consigo achar algo para fazer que prenda minha atenção. Na verdade tenho vontade apenas de ficar no computador, esperando que ele apareça, esperando que fale o “Oi” monossilábico de sempre. E entendendo mais uma vez que nunca daria certo.
Até mesmo tentei sair com as amigas para desprender a mente disso tudo, uma noite só das meninas. Tudo para aquietar meu funiquito.
Que inferno, no meio das meninas lá estava ele dizendo em tom grave: eu vou! E não era uma alucinação minha. Eu ainda não estava tão louca assim. Ele estava lá de verdade. E eu poderia muito bem ter ido embora para casa, mas que culpa eu tenho se estava com fome? Que culpa tenho eu se o desejo que me tomou de estar perto foi mais forte? E lá fomos nós todos juntos, e eu tentando fingir por meio de piadas e graças que tudo estava bem. Não, eu tenho que assumir pelo menos uma vez, não estava tudo bem. “ Você tá triste!” Um outro amigo que acabou por ir também me falou. Poxa, será que não consigo esconder mais nada? “ Não, não estou triste! Estou encucada.” A noite vai passando devagar e eu já não consigo discernir se quero ficar ou se quero ir embora. Então ele me encara na fração de segundo em que eu também o encaro. E desvia o olhar com a feição de como se eu tivesse fazendo alguma coisa muita errada. “O que foi? Eu não estou fazendo nada!”, gostaria de ter dito. Espera aí, sou eu que não estou fazendo nada ou é você quem nem está tentando levar esse romance ruim para frente? Escuta aqui , por que é que você faz tanta questão de levar isso pra frente? Tá ficando boba? Cai fora dessa, pô! Se fosse tão simples assim eu já tinha caído fora.
Vontade de sair correndo e correr e correr e correr e correr e correr... até que um romance cheio de adrenalina e gargalhadas insanas felizes me pegasse de repente. Daqueles romances cheios de surpresa, de muita vontade de ficar sempre por perto e pouca vontade de contar mentiras impressionistas. Um amor como o de Amelie Poulain e Nino Quincampoix, tão surpreendente e tão puro e inocente capaz de deixar qualquer um com taquicardia.
Meu funiquito ficou pior quando já voltava pra casa, agora já não conseguia mais respirar sem a incessante voz me dizendo “Isso não vai dar certo”, até que meu celular vibrou no fundo do bolso da minha calça. Era uma mensagem de um número grande e desconhecido: “Promoção celular de dois chips de 199 por 109...” Ah, vai à merda. Fui dormir.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Me fez acreditar que tudo daria certo


Sentada no meio fio, pensando em exatamente nada, uma colega aparece de repente do meu lado como no pulo de um gato e enquanto se acomoda no concreto me pergunta com certa falsa empolgação:
- E aí como foi quando você ficou com ele?
Olhei bem para ela. Não éramos muito próximas, mas eu precisava desengasgar tudo aquilo que estava sentindo. Aquela sensaçãozinha de nostalgia e de arrependimento que sentimos em todo fim de relacionamento.
Respirei fundo empurrando a dorzinha no coração lá pro fundo da barriga.
- Foi ótimo. – soltei com o ar. – Foi ótimo quando ele me perguntou com aquela cara de insegurança se eu viria ver o jogo de basquete às oito horas da manhã. E quando ele me disse “oi” tão manso para o jeito normal que ele abordava as outras pessoas. Ou quando ele me pegou pelas mãos beijando-as e me arrastou para segui-lo. Também foi bem legal quando ele ouviu sobre os meus planos e perguntou sobre eles depois com interesse.
Quando ele me olhou todo maroto e me beijou com tanta sede e vontade que eu até estranhei, pensando ser sua falta de experiência. Quando ele se preocupou comigo e me esperou até eu que eu fosse embora. E quando achei que tudo tinha acabado, ele me abordou me surpreendendo e perguntando quando continuaríamos, e ficou todo irritado por eu não dar uma resposta objetiva, insistindo até eu responder que “sim, eu ficaria com ele de novo.”
Acompanhou a mim e as minhas amigas, ouvindo com toda a paciência sobre nossos assuntos de garotas. E me disse todo autoritário para vir na aula do dia seguinte, mesmo sem saber se eu estaria disponível, me puxando e me beijando enquanto o motorista do ônibus esperava impaciente.
Foi bom para mim, vê-lo sorrindo ao me ver e tentar disfarçar virando o rosto. Ou quando, enquanto andávamos juntos a uma amiga, ele se desvinculou dos meus braços, me deixando confusa, e discretamente, receoso de eu não corresponder, pegou minha mão e entrelaçou-a com a dele. Me abraçou e me apertou com amor. E me deixou animada e esperançosa com o pequeno ataque de ciúme. Aquele bobo...
E me beijou milhares de vezes com um sorriso de como se eu estivesse o fazendo bem assim como ele estava fazendo bem a mim. Me contou sobre sua família e perguntou sobre a minha com tanta voracidade que por um momento achei que ele deixara de ser apenas mais um moleque. Me olhou com aqueles olhões misteriosos e indecifráveis, e me disse daquele jeito arrastado “desse jeito você me enlouquesse.” E me arrancou suspiros, me fazendo não perder o sono, mas querer dormir para sonhar mais uma vez em como tudo aquilo estava sendo perfeito. Fazendo me sentir tão querida, bela e feliz, perto das outras garotas. Pensando em como seria bom ficar perto de alguém que parecia te amar de verdade. Deixando me rir a toa pelos cantos relembrando os momentos que passamos juntos.
Mas então ele sumiu de uma noite para o dia. E passou a ignorar as minhas palavras e ações.
A agir como um idiota insensível...
Perdendo todo aquele encanto mágico que eu estava sentindo, fazendo me perceber que eu fora apenas mais uma iludida. Sentindo-me uma mulher frágil e dependente e acreditando que mesmo que o tempo passe, eu ainda seria uma boba.